Bem maior
O meu amor é palpitante,
Por isso a minha cabeça renega,
Mas o espírito por vezes fala
espontaneamente.
Toda a semana há uma transformação,
E eu falei-te com a minha alma por
momentos.
Talvez nasci para te amar,
Mas o meu medo não me deixa expressar
essa força que há em mim,
Por ti!
Leva-me até á libertação,
Por mim deixaria de ter essa atitude,
Que limita o que sinto,
Pelos receios mais idiotas possíveis.
Se um dia não te disser,
Estivemos noites juntos pelo fio
imaterial,
Que nos liga ao transcendente,
Mas talvez nunca saibas isso,
Porque o teu coração parece tão confuso
quanto a minha mente.
E posso negar sentimentos,
Mas o coração não é enganável,
Haverá sempre espaço para o amor que
ultrapassa vidas,
Delineando processos evolutivos.
O futuro é incerto,
Mas o meu optimismo diz-me que
viveremos algo,
Ou é apenas mais uma pitada forte de
irrealismo?
Se Deus falasse poderia ter resolvido
esta dúvida,
A insegurança que persiste em voltar,
A vontade que desiste,
Mas prontamente renasce,
Como posso desistir de vez,
Do que volta sem a minha lógica querer?
Somos um pedaço só,
Ou pelo menos é essa a minha percepção,
Mesmo que passemos dias longe,
À noite estamos o mais perto possível,
Que a realidade dalguma forma permite.
Isso é amoroso,
Também um pouco tenebroso,
Um fluxo contraditório,
Que toma a minha alma todos os dias,
Ainda que por pequenos instantes.
E se a loucura também não tivesse um
pouco de amor,
Não assumiria a possibilidade de gostar
de ti.
A melodia que nos une é silenciosa,
Os dois somos ouvintes do silêncio,
Onde o vácuo nos invade de forma
avassaladora,
A profundidade do espírito assim se
expressa!
Se um dia não te disser isto tudo,
Espero que ao menos leias este poema,
E não nos arrependamos pelo que não
aconteceu,
Porque o adiar,
Por vezes é um novo sopro de vida.
A leveza que sinto é expressa por todas
estas palavras,
O que vivo por vezes não cabe dentro de
mim,
Nem todas as páginas exprimem o que é
inexplicável,
Por vezes só percebemos através dessas
sensações,
Que só o coração nos pode deixar viver,
Se deixarmos livre o espaço,
Que a mente teima em roubar.
Fernando Alvarado
Março de 2016
Comentários
Enviar um comentário