Os envolvimentos emocionais fundados em grandes afinidades costumam gerar, logo no início, um enorme medo da continuidade do relacionamento.
O medo inicial surge de modo mais intenso nos relacionamentos potencialmente ótimos. Muitos veem isso como paradoxal e desprovido de sentido.
O fato é que a dimensão do medo acompanha a intensidade do encantamento: quanto maior for o fascínio pelo novo parceiro, maior será o pavor!
O medo é triplo: medo de perder a individualidade, medo da dor que adviria numa eventual ruptura e ainda o medo relacionado com a felicidade.
Não é que a felicidade em si nos provoca medo. O problema é que sentimos que ela aumenta demais as chances de sermos vítimas de uma tragédia.
Quando aquele que está vivendo o encantamento amoroso percebe que o parceiro se retrai, deve sempre cogitar que isso se deve ao medo do amor.
É claro que o medo do envolvimento não é a única causa de retraimento de um parceiro amoroso: ele pode ter se decepcionado por alguma razão.
Em ambos os casos, a boa atitude é a mesma: dar "marcha à ré" diante da postura mais retraída do parceiro e aguardar suas próximas reações.
Flavio Gikovate

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