Observai vossa própria mente para verdes como é inquieta,

uma vez que está sempre ocupada com alguma coisa: com o que

alguém disse ontem, com alguma notícia recebida neste instante,

com o que fareis amanhã etc. 

Nunca se encontra desocupada — o que não significa estar "estagnada” ou num estado de vacuidade.

Enquanto está ocupada com o que quer que seja — as coisas mais

elevadas ou as mais insignificantes — a mente é sempre limitada,

medíocre. 

E a mente medíocre é incapaz de resolver qualquer problema; só sabe manter-se ocupada com ele. 

Por mais importante que o problema seja, a mente, mantendo-se ocupada com ele, o torna insignificante. 

Só a mente que está desocupada e, por conseguinte, fresca, pode considerar e resolver um problema.

Mas, é dificílimo ter a mente desocupada. 

Quando alguma vez estiverdes sentado tranquilamente à beira do rio, ou em vosso quarto, observai a vós mesmo, para verdes como aquele pequeno espaço de que estais consciente e que chamais "a mente” , está repleto de pensamentos que nele se precipitam.

Enquanto a mente está "cheia” , ocupada com alguma coisa — seja a mente de uma dona de casa, seja a do maior dos cientistas, ela é pequena, medíocre, e nunca será capaz de resolver qualquer problema a que se aplique. 

Mas, ao contrário, a mente que está desocupada, que tem espaço, pode aplicar-se ao problema e resolvê-lo, porque essa mente é fresca, e-, portanto, se aplica ao problema de maneira nova e não com a velha herança de suas próprias lembranças e tradições.

- Jiddu Krishnamurti

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